Um (re)encontro de almas e um abraço no coração.
Foi lá ao longe. Longe de lugar. Longe de tempo. Foi mesmo lá ao longe. Mas morou em mim para sempre.
Quando eu cheguei, não sabia o que ia encontrar. Não sabia que ia ser encontrada. Mas fui. Fui encontrada de uma das formas mais bonitas que já me encontraram. Cheguei e, passo a passo, fui encontrando, quase sem saber, de mansinho e de forma subtil, um olhar que já me tinha encontrado quando eu cheguei. Um olhar que veio de dentro. Directamente do coração. Um olhar que me encontrou por dentro. Directamente na alma. E foi este olhar de quem se (re)encontrou por dentro, mesmo sem se conhecer, que, sempre de mansinho e de forma subtil, se fez abraço. Se fez sorriso. Se fez colo. Se fez laço. Se fez amor... um amor que veio visitar-nos de longe, para nos ensinar que nunca o longe se fez tão perto. Que nunca o amor mora longe, mesmo que seja longe a sua morada. Que nunca o amor desabraça, que nunca o amor deixa de sorrir, que nunca o amor desampara, que nunca o amor desenlaça. Que amor é amor sempre. E foi este olhar que se fez um encontro de almas que, mesmo sem se conhecerem, se reconheceram ao fazerem-se pedacinhos da presença de quem lhes era ausente. Foi este olhar que se fez um (re)encontro de almas e um abraço no coração.
Foi lá ao longe. Longe de lugar. Longe de tempo. Foi mesmo lá ao longe. Mas morou em mim para sempre.
Porque há encontros assim, de dentro e por dentro, que nos ficam para sempre. Porque há histórias, há vidas, que nos tatuam o coração. Hoje, 22 anos depois, sem saber bem porquê, relembrei-o e senti-o. Ou se calhar até sei: porque nunca me esqueci. E porque, no final, é destas histórias bonitas que somos feitos. As que ficaram sempre, para sempre.