Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

menina dos abraços

menina dos abraços

Somos casas

Somos casas. Construídas e cimentadas pelas nossas histórias. As que vivemos. As que ficam. E as que, mesmo não ficando, ficam marcadas também. Somos casas. Não há casas iguais. Cada casa constrói-se quase sem querer e cimenta-se com o que se vai aprendendo a querer. A escolher. Com o que fica.

Sou casa. Construída pelas minhas histórias. As que vivo. As que ficam. E as que, mesmo não ficando, ficam marcadas também. Tenho marcas que ficam para sempre. Não há volta a dar. Sou casa. Morada pelas minhas pessoas. As minhas. As de quem eu sou. Quase podia dizer que, para além de casa morada, sou casa também construída por elas. E digo: sou. Construíram-me, também. Não seria eu, não sou eu, sem elas. Há "pessoas-eu" para sempre. Não há volta a dar. Sou casa. Cimentada pelo amor. O amor que abraça, que entrelaça mãos, que olha mais fundo, que sorri com o coração. Cada casa constrói-se quase sem querer e cimenta-se com o que se vai aprendendo a querer. A escolher. Com o que fica. Não conheço nada que fique mais e que eu possa escolher e querer mais, do que o amor. Só o amor cimenta para sempre. Não há volta a dar.

Somos casas. Há quem chega, de mansinho, pé ante pé, e acaba por entrar. Há quem entra e não fica. E há quem entra e fica. Na esperança de morar.

Sou casa. A ti, que chegas, de mansinho, pé ante pé, e acabas por entrar, tens de saber: Sou casa. Construída pelas minhas histórias. Morada pelas minhas pessoas. Cimentada pelo amor. Não sou casa vazia, sozinha. Eu não sou só eu. Morar-me é abraçar isto. Abraçar o que sou, com tudo o que sou. Não há volta a dar.

5 comentários

Comentar post