Abraçar outras palavras | Abraço, da mariana
A mariana é um abraço de alma. A mariana abraçou-me a alma desde a primeira vez que nos cruzámos por aqui. Desde o primeiro comentário, desde a primeira sintonia, desde o primeiro abraço que depois passou a ser o nosso xi, desde o primeiro sorriso e, até, desde a primeira lágrima. A mariana é o xi que passou da escrita à voz, que passou do blog à vida. A mariana é presença, é escuta, é compreensão, é voz e é confirmar-me e relembrar-me o que sou, quando o mundo às vezes chega para me baralhar as ideias ou o coração. A mariana é riso. Tanto riso e emoção. A mariana não sabe o valor precioso que tem. Ou até sabe, mas não tem noção do quanto é. Que é tanto. Mas não faz mal, eu vou-a relembrando, também. Quando for preciso e quando não for também. A mariana é a primeira deste "abraçar outras palavras". Sobre o abraço:
"Abraço...
O gesto dos gestos. A minha demonstração favorita de sentimentos bonitos.
Nenhum beijo se compara a um xi-coração apertadinho.
Nenhuma palavra se iguala a um xi-coração demorado.
Um xi é um xi. É corpo com corpo, portanto, íntimo. É ter dois perfumes misturados, criando assim o mais cheiroso de todos. É batimentos cardíacos descompensados, formando uma música praticamente inaudível que faz a alma dançar.
Abraço é borboletas que voam contra a barriga e paz que (finalmente) consome toda a mente, em simultâneo. É festa de arromba e tranquilidade do silêncio, em simultâneo.
Abraço é urgência. É ponto de exclamação a vermelho berrante.
Abraço é toque. É presença. É conforto. Nos braços de alguém também se pode morar.
Mas um abraço, mesmo sendo toque, presença, conforto e lar, não tem de ser físico.
Há abraços sem braços e esses não são menos apertados. Nem menos presentes. Nem menos confortáveis. Nem menos seguros.
Há abraços sem braços, sem corpo e sem mistura de perfumes que são igualmente importantes.
Na distância também se abraça. E que bem que se abraça.
Não há nada como chegar a casa e abraçar um corpo peludo de quatro patas que esperou ansioso pelo nosso regresso.
Não há nada como (re)encontrar aquela pessoa e abraçá-la com força, como se mil palavras fossem ditas no silêncio daquele entrelaço.
Não há nada como desabar num abraço caloroso que nos segura mesmo quando o nosso corpo já desistiu de se manter de pé.