Eu não sou mãe, mas acho que sei um bocadinho sobre o amor.
Eu não sou mãe, mas acho que sei um bocadinho sobre o amor.
Foi-me ensinado desde que nasci, na forma mais bonita de o demonstrar e de o definir: no que não se diz. No que, às vezes, até nem se compreende. Mas que está. Que está sempre. E que permanece.
Foi-me ensinado, desde que nasci, em pessoas.
E na pessoa que foi e que é sempre, por nós e para nós (e por todos e para todos). Que foi sempre por dois. Que é sempre por mil.
Eu não sou mãe, mas acho que sei um bocadinho sobre o amor.
Olha-me nos olhos, e olha por mim (e por todos), desde sempre.
A minha mãe, que é só amor, que já sobreviveu a tanto, tem sempre mais um bocadinho de força, encontra sempre mais um bocadinho de coragem.
E a sua primeira filha, que também já é mãe, pregou-nos um susto a todos. Mas eu, que não sou mãe, sei que no coração da minha mãe o susto foi ainda mais duro.
Sei-o: sinto-lhe os anseios, leio-lhe os silêncios, amparo-lhe o coração.
É que eu não sou mãe, mas acho que sei um bocadinho sobre o amor.
E cá está ela: continua a estar sempre, a ser sempre, por todos e para todos. Ela, o puro amor.
Mas agora é, também, a nossa vez.
Retribuo-lhe agora esse amor. Esse cuidar.
Depois de tudo, de tanto, não podia ser diferente.
O amor que sempre cuidou também precisa, um dia, de ser cuidado.
É que eu não sou mãe, mas acho que sei um bocadinho sobre o amor.